Arquivo para download: Nietzsche: o discurso de Zaratustra contra os desprezadores do corpo, por Felipe Renan Jacubowski

No discurso Dos desprezadores do corpo da obra Assim falou Zaratustra se centraliza a crítica nietzscheana à concepção de homem dos metafísicos, os quais, lá, desde Platão, compreenderam a natureza humana como um composto de alma e corpo. Enquanto a alma foi tomada como eterna, verdadeira, boa, pura, o corpo passou a ser um empecilho perecível, causador de sofrimento aos homens. Portanto, era necessário livrar-se do corpo, ou seja, dos desejos, paixões e instintos para que pudéssemos alcançar a felicidade. É contra a tradição metafísica, ou seja, os desprezadores do corpo, que o discurso de Zaratustra combaterá a postura da afirmação da alma como o triunfo sobre o corpo ou como a natureza mais elevada do homem a favor da valorização do corpo e dos instintos. Contudo, o conceito de corpo/Selbst na filosofia nietzscheana assume um novo caráter: a luta dos impulsos e tendência de crescimento de potência. Concebendo o corpo enquanto multiplicidades de impulsos que lutam entre si por mais potência, o filósofo, por via da personagem fictícia de Zaratustra, dissolverá a dualidade corpo/alma e todo tipo de negação da vida desmascarando tais posturas, as quais escondem em suas valorações sintomas fisiológicos de doença.

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